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O ESTRESSE E O RITMO DA VIDA




Na semana retrasada, minha mão direita doía muito, a ponto de não conseguir realizar tarefas banais como girar a maçaneta da porta e abotoar minha roupa. Fui ao médico que me prescreveu remédios fortíssimos, mais ressonância e fisioterapia que ainda não comecei. Início de tendinite. Nunca havia tomado um comprimido sublingual na vida. Foi um dia que transcorreu mais "desacelerado. Os remédios começaram a fazer efeito no segundo dia. 

No auge das dores, fiz uma retrospectiva do que poderia ter acontecido e observei que vinha digitando muito rápido, além de perceber que estava me impondo uma velocidade na solução de certas questões, jogando essa "rapidez nas tarefas diárias. Observei em mim tensões que estavam na minha alma e estas estavam governando meus sentimentos, meus atos, atingindo meu corpo. Em geral, entendemos a dor no corpo como o sinal mais visível e aí foi possível observar esta integração mente - corpo. Pude perceber que estava desrespeitando meu ritmo. Você já tentou tirar "uma selfie físico-emocional" de si mesmo? "Fotografar" um emoção? rs

Cada um imprime um ritmo pessoal à vida. Podemos estar mais "elétricos" ou mais lentos em algumas situações. Cada um tem seu ritmo próprio adaptável às diversas situações da vida, podendo ser flexível ou não, dependendo de como somos. Ter atenção a este ritmo pessoal é uma das condições indispensáveis para estar bem ou não conosco mesmos. A saúde e a doença vem de como nos relacionamos com nosso próprio ritmo e do respeito que damos a este.

Como não relacionar ritmo pessoal sem falar do estresse? Um processo tão comum dos nossos tempos quase sempre tão corridos. Na idade da pedra também era comum pois a luta pela sobrevivência era constante. Hoje nossa luta pela sobrevivência também é árdua e diária. As notícias dos jornais, o dia a dia repleto de problemas  e decisões nos conduzem ao universo do estresse.

O estresse é o nosso organismo reagindo a estímulos internos e externos ligados à necessidade de luta ou fuga. Contudo há o estresse positivo e o negativo. Quando positivo, nos leva a realizar, concretizar coisas havendo um nível adequado de Adrenalina relacionada a este impulso de realização. Quando negativo, gera uma produção excessiva de Adrenalina que ocasiona um colapso em nível corporal, físico ou emocional desequilibrando todo nosso funcionamento.

O estresse positivo e negativo estão associados ao modo como administramos nosso ritmo interno, o conhecimento adquirido por nós sobre este ritmo e o repeito a ele dedicado. Aprender a adequar aquilo que nos é exigido pelo meio externo e interno (às vezes somos nossos piores carrascos) e o que é possível executar.

A doença surge como um alerta do corpo para a necessidade de atentarmos para nosso ritmo. Os sintomas jamais são apenas sintomas, mas amostras de algo maior que está acontecendo. Temos um sistema (corpo-alma) perfeito que nos envia diversos sinais que de modo geral começam sutis. Estar aberto a exercitar a capacidade de ouvi-lo é uma arte, pois nosso corpo/alma são muito sábios. O problema é que vamos sendo condicionados a não ouvi-lo ou respeitá-lo por vários motivos. E, nosso ritmo que está bem dentro de nós é desrespeitado a cada momento, criando novos desequilíbrios (físico, mentais ou emocionais).

E COMO RE- APRENDER A RESPEITAR NOSSO RITMO?

A auto observação é fundamental, sendo o tipo mais básico de meditação. 
  1. Como é o seu despertar? 
  2. Você tem acordado cansado ou descansado com energia ou vigor ou sem vontade de fazer nada? 
  3. O que você faz durante o dia, suas tarefas, como você as realiza? Com motivação ou por obrigação? 
  4. Como equilibra as tarefas que motivam e as que não se identifica? 
  5. Você faz do seu trabalho algo emocionante e prazeroso?
Há tarefas enfadonhas que podem ser realizadas de um jeito melhor, criado por você. É possível encontrar no trabalho uma fonte de prazer (que não seja única). É possível sentir prazer em coisas pequenas como observar uma árvore em flor, o canto dos pássaros, ver o mar etc. Pergunte a si mesmo se a sua felicidade está em boa parte condicionada apenas à obtenção de algo. Ser feliz sem motivo concreto pode trazer novos significados à Existência. Tudo isso são modos de aprender a administrar o próprio estresse.Ter prazer é algo fundamental à vida. O prazer é parte fundamental do respeito e aceitação daquilo que somos com nossos limites e possibilidades.

Claro que nem sempre estamos em estado de prazer, inclusive para alcançarmos o prazer é possível passarmos por estados de desprazer. Aprender a nos relacionarmos com todas as experiências vividas de um modo cada vez mais mais saudável e instrutivo para o nosso crescimento é um exercício.

O estresse negativo nos paralisa seja por um colapso nervoso, parada cardíaca ou reações emocionais fortes, tais como a depressão, as crises de pânico. são diversas as suas manifestações. Todavia se aprendermos a estar atentos a nosso ritmo interno, relacionando-os com a realidade e nossos limites, podemos viver de modo mais equilibrado. Podemos, se assim quisermos, modificar conceitos que aprendemos para ter melhor qualidade de vida...Um dia de cada vez.

Regina Bomfim

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